Começou a CPI contra o MST e, segundo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA),
a comissão virou uma espécie de palanque para os parlamentares bolsonaristas. Essa semana ocorreram duas sessões da CPI, marcadas sob forte embate entre bolsonaristas e parlamentares do PT, PC do B e do PSOL.
"Teve uma eleição no ano passado, e os bolsonaristas perderam esta eleição. Eles precisam desse palanque. A CPI é justamente esse palanque para os bolsonaristas. E eles querem criminalizar o Movimento Sem Terra, criminalizar os movimentos populares e a esquerda brasileira", afirma Assunção.
Nesta quarta-feira, durante a terceira sessão da CPI, os deputados rejeitaram três pedidos de requerimento que tornariam públicas informações sobre a dívida ativa, financiamento e multas ambientais de empresas ligadas ao agronegócio.
Assunção criticou a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de instalar uma CPI contra o MST e cobrou que o grupo investigue também as atividades do agronegócio.
"Essa CPI não deveria existir, porque ela não tem fato determinado. Nós, mesmo sendo minoria, nós temos uma estratégia muito definida. Nós vamos mostrar para sociedade quem comete crime ambiental, quem são os responsáveis por trabalho escravo, aqueles que são do agronegócio e não pagam o ITR, que tem terra grilada. Esse é o debate que vamos fazer nesse período", declarou.
Instalada no dia 17 de maio, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) possui uma desequilibrada composição. Ao todo, a CPI terá 54 membros entre titulares e suplentes, sendo 40 deputados ruralistas, ligados à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), a bancada do agronegócio, e 14 governistas.
"Enquanto os agromilitares repetem a mesma ladainha ruralista e evocam fake news, nós vamos mostrar a importância da reforma agrária, a legitimidade da organização do povo no campo. O MST é uma face positiva de nossa democracia. Não será uma CPI que intimidará a luta por terra e território em nosso país", completou Assunção.
Com Brasil de Fato
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